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O erro de “adultizar” crianças

Postado em: 5 de agosto de 2022

Adultização é um termo usado para descrever situações em que a criança, ou o adolescente, comporta-se como adulto ou é estimulado a ter comportamentos que requerem muito mais maturidade que a idade permite. É a aceleração de uma fase importantíssima na vida, que pode prejudicar processos de desenvolvimento ao longo da infância.

Muitas famílias promovem a adultização sem se darem conta da gravidade desse tipo de  brincadeira. Por isso, nesse artigo, vamos explicar porque é importante respeitar as experiências típicas da infância, sem apressar a chegada da idade adulta. Leia mais:

Qual é o problema na adultização infantil?

A infância é um período de desenvolvimento muito importante, na qual aprendemos a nos comunicar, a viver em sociedade e a lidar com nossas emoções, por exemplo. As experiências vividas na infância e na adolescência interferem na personalidade de cada um e no preparo para os desafios da vida adulta.

Ao sofrer uma adultização precoce, a criança, muitas vezes, deixa de aproveitar a infância e de ter determinadas experiências importantes nessa fase da vida. Quando as vivências da infância são negligenciadas, corre-se o risco de criar adultos infantilizados, que inconscientemente sentem falta dessa fase.

No caso da sexualização infantil, que ocorre quando as roupas são inapropriadas para a idade, com determinados comentários sobre o corpo ou quando existe um namoro “de brincadeira”, a criança pode ter a ilusão de estar pronta para experiências que ainda não tem maturidade emocional para compreender. Além disso, ela não tem total consciência do que é certo ou errado, tornando-a mais vulnerável a abusos.

Criança não namora!

Em muitas famílias, ainda há brincadeiras sobre namoradinhos ou namoradinhas na escola, introduzindo esse assunto na rotina da criança. Parece ser uma zombaria inocente, mas, na prática, pode antecipar situações e gerar condutas inapropriadas.

Quando a brincadeira de namorar parte da própria criança, devemos nos lembrar de que é normal que ela queira reproduzir comportamentos vistos nos adultos. Cabe à família conduzir uma conversa honesta e explicar que criança não namora. Nesse caso, você pode falar sobre as fases da vida e sobre a importância de viver cada experiência na etapa correta, crescendo e preparando-se para o futuro.

O amor, o carinho e o afeto devem, sim, fazer parte da vida da criança, mas em outros formatos, como o amor maternal, paternal, fraternal e entre amigos. Conversar sobre o amor também é importante, pois ajuda os pequenos a aprender a lidar com ele e a demonstrá-lo.

Entre crianças, deve haver amizade

Do ponto de vista do desenvolvimento infantil, conviver com outras crianças, brincar e conversar, é muito positivo. É com os amigos e colegas da escola que aprendemos a lidar com sentimentos, como raiva, afeto ou ciúmes, por exemplo. Também, é na convivência que aprendemos a nos comunicar e a lidar com situações como brigas e sentimentos.

Assim, a amizade entre crianças de ambos os gêneros deve ser incentivada, assim como o companheirismo, a empatia e a solidariedade. Os laços de amizade da infância podem durar por toda a vida, proporcionando muitas alegrias! Já o namoro, mesmo que de mentirinha, deve ser adiado por alguns anos.

A literatura como orientadora de diálogo

Os livros muitas vezes são catalisadores para diálogos, exemplificando questões complexas ou captando melhor a atenção da criança, principalmente na abordagem de questões complexas.

Pensando nisso, indicamos aqui alguns livros que tratam da amizade entre crianças e dos formatos de amor que devemos vivenciar nessa fase. Confira:

  • O trem da amizade – Wolfgang Slawski
  • Amigos – Helme Heine 
  • Bruno & João – Jean-Claude R. Alphen
  • Adivinha Quanto Eu Gosto de Ti – Sam McBratney
  • Amor Monstro – Rachel Bright

Haverá tempo de sobra para ser adulto no futuro, enquanto no presente devemos nos assegurar de que as crianças estão aproveitando todas as experiências da infância. A adultização é prejudicial à saúde emocional e psicológica e, por isso, deve ser combatida e evitada.

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