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O que a criança desenvolve ao brincar sozinha?

Postado em: 18 de março de 2022

Ter amigos para brincar é muito importante durante a infância, mas isso não significa que a criança precisa ter companhia o tempo todo. A diversão solitária também tem benefícios no desenvolvimento infantil, sendo relevante para desenvolver autoconfiança e imaginação, por exemplo.

A seguir, vamos explicar porque é vantajoso brincar sozinho e dar algumas dicas para os pais que quiserem adotar essa estratégia. Confira:

Autoconfiança

Brincar sozinho significa sentir-se bem com a própria companhia. A autoconfiança da criança é resultado de ter segurança e felicidade mesmo sem outras pessoas presentes. É um momento para explorar personalidade e desejos sem interferência externa, sentindo-se capaz de passar algum tempo sozinho de forma agradável. A autoestima também é desenvolvida quando a criança brinca sozinha, pelos mesmos motivos. 

Tranquilidade

As brincadeiras com outras crianças frequentemente são agitadas e até barulhentas. Já a brincadeira individual, costuma ser mais calma. É uma atividade mais introspectiva, que promove tranquilidade para a criança. 

Imaginação

O desenvolvimento da imaginação é poderoso quando a criança brinca sozinha. Ela precisa encontrar criatividade para entreter-se, inventar novas narrativas de faz-de-conta ou formas diferentes de utilizar o mesmo brinquedo, estimulando a imaginação. É preciso dar à criança oportunidades para pensar por si mesma, e a brincadeira sem interferência é uma das melhores maneiras de fazer isso.

Independência social

Ao brincar sozinha, a criança torna-se mais independente na medida em que percebe que não precisa de companhia o tempo todo. É possível sentir-se confortável e calma sem a presença de um adulto por perto. Dessa forma, a criança desenvolve independência social e passa a ter mais paciência quando está com a família e precisa ter uma necessidade atendida, por exemplo.

Ao ficar bem sozinha, ela também entende que outras pessoas têm seus próprios momentos sozinhos também, e por isso não podem dar atenção o tempo todo. 

Adaptação para a escola

Por fim, vamos falar de algo que não é uma característica desenvolvida, e sim uma forma de facilitar um processo que para muitas crianças é complicado. Ao sentir-se tranquilo consigo mesmo, é mais fácil ter conforto e confiança em um local desconhecido ou sem a presença da família. Além disso, ao brincar sozinha, a criança compreende que nem sempre os pais estarão juntos com ela. 

Por isso, esse momento de individualidade é um preparo para ingressar na escola. A tendência é enfrentar melhor os desafios quando há autoconfiança, independência social e autossuficiência emocional.

Como a família pode contribuir?

O primeiro passo para contribuir no desenvolvimento das habilidades socioemocionais ao brincar sozinho, é ter um espaço apropriado, ainda que seja no mesmo cômodo onde você estará. Assim, escolha um local específico para as brincadeiras, de preferência sem telas de TV, tablet ou smartphone por perto. Deve ser um lugar onde a criança sinta-se segura e tranquila para soltar a imaginação. 

Outra dica é oferecer brinquedos passivos, ou seja, aqueles que não se movem sozinhos ou que a criança pode somente observar. É claro que também precisam ser brinquedos que não necessitem de ajuda na montagem e sejam apropriados para a idade da criança.

É saudável brincar sozinho, mas o acolhimento familiar também é importante no desenvolvimento. Por isso, o melhor é intercalar, dando atenção na mesma medida em que oferece momentos de independência. Lembre-se também que o objetivo é justamente a brincadeira sem interferências, ou seja, não comente, julgue ou elogie o que a criança está fazendo naquele momento.

Pesquisas apontam que bebês que não são atendidos prontamente, mas recebem  aviso de que seus cuidadores,  estão a caminho para atender suas necessidades, praticam entreter-se com  brincadeiras com o próprio corpo e alguns brinquedos como os móbiles, por exemplo. Ouvir a voz de cuidadores responsivos dizendo “Estou a caminho, sei que acabou de acordar” oportunizará que os bebês assimilem intervalos de espera. Esse exercício contribuirá para que os pequenos desenvolvam habilidades de atenção, paciência e autoconfiança em suas explorações solitárias. Parece difícil? Experimente  nas narrativas diárias com seu bebê,  dizer sobre as ações que pratica com ele- “hora de tomar banho: – vamos primeiro tirar essa blusinha, depois…” As pausas farão parte da rotina de cuidados e terão a médio prazo efeitos extremamente positivos nas aprendizagens e no desenvolvimento da criança pequena.

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