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Você sabe o que é adultocentrismo?
Todos sabemos que a infância é uma fase de descobertas, que exige cuidado e orientação por parte dos adultos. Entretanto, sabemos também que as crianças têm necessidades, opiniões e vontades próprias, e devem ser respeitadas por isso. Qual é o limite entre a proteção e a opressão das crianças? Elas devem ser permitidas em todos os lugares? Suas opiniões devem ser ouvidas?
No adultocentrismo, a resposta para essas questões é negativa. Estamos falando de um tipo de preconceito, que coloca adultos em uma posição de domínio e imposição sobre as crianças. Nesse artigo vamos mostrar como ele está presente na sociedade e como é prejudicial às crianças, confira:
Cultura adultocêntrica
O adultocentrismo consiste na crença de que os adultos são socialmente superiores às crianças. A partir dele, pressupõe-se que os adultos sempre têm razão, têm mais conhecimento e devem ser obedecidos cegamente pelos mais novos, pois sabem mais sobre a vida.
Na prática, o adultocentrismo estabelece que o poder é dos adultos, resultando na perda de liberdade para crianças e adolescentes. Acredita-se que os adultos são inerentemente superiores, e portanto, seus direitos devem prevalecer sobre os direitos das crianças. As crianças são subestimadas, como se a juventude anulasse a possibilidade de fazerem boas contribuições à uma conversa, por exemplo.
Um exemplo de adultocentrismo são expressões como “vê se cresce” ou “você é inteligente para uma criança”. São maneiras de mostrar que o adulto considera-se superior, ainda que possam parecer elogiosos ou protetivos.
Há ainda um movimento chamado Childfree, inicialmente formado por pessoas que optaram por não ter filhos e desejavam ter esse direito respeitado. O movimento cresceu e passou a estimular iniciativas de restaurantes, hotéis e lojas que restringem (ou até proíbem) a presença de crianças, apenas para que elas não “importunem” os demais clientes.
As consequências do adultocentrismo
Quando a paternidade ou a maternidade não considera a criança como um ser humano completo, com direitos e sentimentos tão relevantes quanto os dos adultos, os resultados são terríveis.
O adultocentrismo enfraquece a autoconfiança e a autoestima, pois a criança não se sente levada a sério ou não sente que seus desejos e necessidades importam. No futuro, pode levar à uma atitude de submissão ou de revolta. Além disso, a hierarquia de poder em casa faz com que a criança se torne uma vítima mais fácil para opressões e abusos psicológicos.
É claro que as crianças precisam de orientação e supervisão de adultos, mas isso deve ocorrer sem que sejam desprezadas, excluídas ou oprimidas. O respeito entre adultos e crianças é fundamental, enquanto seres humanos.
Diversidade também significa a inclusão das crianças
Assim como nós adultos, as crianças tem a necessidade de conviver socialmente, conhecer novos espaços e relacionar-se com outras pessoas. Além disso, as crianças também são cidadãs, tendo assim o direito de frequentar locais públicos. Lugar de criança não é apenas na escola: elas devem ocupar as cidades, frequentando as praças, os cinemas, as festas populares, os museus, os cinemas e todos os outros centros culturais e sociais.
Todos já fomos crianças um dia, ainda que muitos pareçam ter se esquecido dessa época. É preciso ter empatia e amor por elas, guiando-as nesse mundo sem subestimar suas capacidades.
A verdade é que a responsabilidade pelas crianças não é apenas de mães e pais, e sim de toda a sociedade. Cabe à todos construir um mundo mais amigável e respeitoso para todas as idades.
O adultocentrismo é um tema polêmico, qual é a sua opinião sobre ele? Conte pra gente!